num ápice, Milan Kundera volta ao meu colo. Kundera e o seu magnífico Insustentável. Teresa, Tomás e as suas dúvidas. os seus anseios e dores. o seu chorrilho de emoções.
esta foto (São Sebastião na fachada da Igreja de São Vicente de Fora) e esta passagem (dos pensamentos de Teresa) fizeram-me pensar em quantas vezes vemos a vida em plano picado; nós aos pés da vida, como se fossemos tão pequenos e insignificantes que não conseguimos lá chegar, não conseguimos alcançar o correr dos dias. num extremo, o sentimento de não sermos merecedores dessa mesma vida ou que devemos viver condenados a certo e determinado suplício (e Sísifo reaparece por entre memórias...).
será que a realidade é mesmo assim? tão distante e inalcançável? ou as nossas projecções ganham tanta força que distorcem as imagens, por mais belas que sejam?
boa semana!
esta foto (São Sebastião na fachada da Igreja de São Vicente de Fora) e esta passagem (dos pensamentos de Teresa) fizeram-me pensar em quantas vezes vemos a vida em plano picado; nós aos pés da vida, como se fossemos tão pequenos e insignificantes que não conseguimos lá chegar, não conseguimos alcançar o correr dos dias. num extremo, o sentimento de não sermos merecedores dessa mesma vida ou que devemos viver condenados a certo e determinado suplício (e Sísifo reaparece por entre memórias...).
será que a realidade é mesmo assim? tão distante e inalcançável? ou as nossas projecções ganham tanta força que distorcem as imagens, por mais belas que sejam?
boa semana!
"Tereza usava estas palavras quase desde a infância para exprimir a ideia que lhe dava a vida da família. O campo de concentração é um mundo em que as pessoas estão condenadas a viver perpetuamente, de dia e de noite, umas em cima das outras. As crueldades e as violências não são senão um aspecto secundário e perfeitamente dispensável. O campo de concentração é a liquidação total da vida privada. (...) Quando Teresa vivia em casa da mãe, vivia num campo de concentração. Sabia desde esse tempo que o campo de concentração não é nada de excepcional, nada que nos deva surpreender, mas qualquer coisa de dado, de fundamental, qualquer coisa onde se chega quando se vem ao mundo e de onde não nos podemos evadir senão através de uma extrema tensão de todas as nossas forças.", in "A Insustentável Leveza do Ser", Milan Kundera
|fotos: Carla Martins|
como sempre, lindas palavras. encontro-me perdida exatamente nas mesmas sensações. ou encontrada :)
ResponderEliminarnada melhor do que um livro com grãos de areia, engrossado pelo sal, com cheiro a férias :)
beijinhos, metadinha!
obrigada, minha querida!
Eliminarsim, perdida e encontrada. :-)
é tão bom ser turista em qualquer lado.
muitos beijinhos.
obrigada por me relembar essa Insustentável Leveza do Ser que li faz muito tempo, e que amei.
ResponderEliminarobrigada pelos comentários e bem-vinda!
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