casa-corpo




casa-corpo em ruínas. com fissuras por onde entra luz e bréu. 
remendos aqui e ali, cal sobreposta, pedaços que já não se reconstituem.
casa-corpo em ruínas. com vida lá dentro, dor, amor, pulsar. e tudo o resto.
casa-corpo que se reinstala a cada momento.

de fora cá fora

se passas na rua, passas na vida de alguém. marcas e deixas um rasto nesse caminho. 
torto, liso, puído, sorvido. 
às vezes, eternizam-te nas paredes, como se a tua casa fosse. 
e nós, que de fora cá fora miramos, sentimos o teu respirar, o passo e o encosto da tua vida.


Marcas nas paredes da Rua das Farinhas, Lisboa