os filmes e as paisagens que nos fazem sonhar


Comer, orar, amar -  Ryan Murphy

revi Comer, orar, amar num destes dias (não interessa bem quando). aos poucos e consoante tinha vontade. queria olhar para Roma, passear por lá de novo. acho que passei pouco tempo na cidade e apetecia-me vivê-la mais. apetecia-me aquele momento de férias em que a cabeça areja, entram novas inspirações e nos deixamos levar pelo sabor da brisa e da leveza que o não-quotidiano nos traz. de todas as grandes cidades italianas, Roma foi a que mais me deixou esta sensação de insatisfação e de falta ver qualquer coisa. ainda não percebi o porquê e acho que só lá voltando vou perceber. o que é certo que a viagem que a personagem deste filme por lá faz me chamou novamente. talvez pelo percurso pelas ruas, pela casa que ocupa (mesmo que um tanto ou quanto caricatura expectável e feita para americano ver). ou se calhar pelo alerta (muito cliché, muito ocidental, muito mensagem preparada) que Comer (ou a viagem gastronómica) nos faz. pelo alerta ao excesso de zelo, à necessidade doentia de cabermos todos dentro dum padrão, das mesmas (mini) roupas, do mesmo estilo, do saudavelzinho e da pele imaculada. de não cometermos, por uma vez que seja, o pecado da gula e nos deliciarmos com um prato suculento. ou da ideia errada que temos do prazer gastronómico e das alternativas que nos vendem todos os dias (isto é que é bom, esta é que é a sua alternativa ideal).
se é certo que a primeira visualização de Comer, orar, amar foi semelhante à primeira lua cheia que vi na vida (não sei se a comparação é bem esta, se calhar foi demais mas foi a que me surgiu), esta revisitação já foi feita com outros olhos. já passei para além da excelente fotografia, dos cenários naturais / citadinos escolhidos a dedo (o que verdadeiramente me fascinou na primeira vez, como apaixonada por viagens que sou!). fiquei-me pelo Comer e pelo orar (desta segunda vez, esta parte já com algum custo, admito); não cheguei ao fim do filme. parei em Bali, parei no amar. já tinha visto as (maravilhosas) paisagens da primeira vez e, sinceramente, a perspectiva que o filme traz nesta última parte não me fascina nem um pouco. faz-me lembrar as prateleiras dos livros de auto-ajuda que vêm com soluções para tudo e dentro dum saco de tule cor-de-rosa. parei ali, sobretudo, porque senti que rever o filme tinha cumprido a sua função: proporcionar-me um bom momento de entretenimento, uma viagem sem sair do sofá.
para quem nunca viu, fica o trailer:



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