esvaziar

esta escultura marcou-me. aliás, como várias outras na viagem deste verão. e não foram propriamente aquelas obras catalogadas nos guias de viagem, para onde todos correm, se auto-fotografam e imediatamente mostram ao mundo.
tecnicamente não percebo se está bem, se está mal, se foi fácil ou difícil de executar - nem me interessa. sei que senti a mensagem desta escultura, parelha com uma outra, e para ela fiquei a olhar, aterrada, durante uns minutos. pensei que aquele retrato do eu-vazio e do eu-cheio, a descrição que o autor fazia, eram tão simples e espelhavam tão bem aquilo que, em certos dias, sinto. 
da parelha, escolhi esta para mostrar: o eu-vazio. mas não o eu-vazio sem nada, sem conteúdo, sem objectivos, sem propósito, sem direcção; não o eu-perdido. que é tantas vezes como me sinto, certamente sem pinga de verdade.
não. a mensagem é de esperança: o eu que se esvazia, abre os braços, acolhe o mundo, acolhe o outro. o eu que se desincha, partilha, recebe de volta. aquilo que, todos os dias, trabalho para conseguir ser.



obra de Claude Klimsza

Sem comentários:

Enviar um comentário