Santorini, parte I

este caderno de hoje bem que podia ser só um foto-caderno (risos)... andava a adiar falar de Santorini pela quantidade brutal de fotografias e a manifesta incapacidade de escolhê-las. por isso, este caderno começa hoje e termina na próxima semana: se não dividisse as imagens e o que há para escrever, ficaria um post do tamanho dum livro (e não pode ser!!!!).
devo dizer-vos, em jeito de introdução, que sempre quis ir a Santorini. não me perguntem por que razão e nem vale a pena associarem este desejo à maior circulação de informação pela internet ou, se lá forem entendem, à quase banalização do destino para as luas-de-mel. algures na minha existência, passei os olhos por uma foto com referência à ilha; e nessa foto relacionava-se Santorini com a lenda da Atlântida. como apaixonada que sou por mitologia , ficou-me na na memória esta associação: se este sítio (especial) existe, quero lá ir! - pensei. no dia em que marquei a viagem rejubilei, saltei e pensei: bem, são só 2 dias e meio mas serão, de certeza, muito bem aproveitados!

a volta pela ilha começou pelos sítios menos povoados (como Oia e Fira - estes ficam para a parte II). escolhemos ficar do outro lado, em Kamari, não só por ser mais económico (teria sido maravilhoso pernoitar num hotel nas escarpas mas também astronomicamente caro), como não interferiria nos percursos de carro pela ilha. a estadia acabou ser um misto de agradável e menos prazenteiro. agradável porque estávamos mesmo de frente para o mar, dava para tomar o pequeno-almoço em cima da praia, tomar um banho logo pela manhã (e tentar não enfiar quilos de pedras nas sandálias!), voltar ao hotel e trocar de roupa sem muito stress. de menos prazenteiro porque os hotéis em Santorini são todos caríssimos, pouco cuidados e mesmo no mais simples dos quartos se paga para além do aceitável - em termos de relação preço qualidade. claro que em Agosto (a altura obrigatória para viajar... não há outra) não poderíamos esperar outra coisa... (pelo que nos disseram, Setembro é mesmo a melhor época: menos gente, menos vento, preços mais acessíveis).

as primeiras fotos são de Pyrgos. uma pitoresca vila, bem lá no alto, construída colina acima e com mais do que muitas ruas estreitas e labirínticas. não podíamos ter começado melhor! poucos turistas nas ruas, conseguíamos ver os habitantes locais e um pouco da sua vida quotidiana, subir as ruas sem nos preocuparmos com cotoveladas ou em estorvar as fotografias de alguém. para além disso, Pyrgos Kallistis tem uma vista deslumbrante sobre a ilha (tanto para o lado da Caldera como para o lado de Kamari) e fica a caminho do farol. 


se por um lado não tinha a mínima saudade do vento (quem vive em zonas ventosas sabe bem o que isto quer dizer!), da necessidade de vestir um casaco no Verão e pouca vontade de me aventurar em escarpas e grandes alturas (que me deixam sempre aterrorizada), ir a Santorini e não visitar este lado da ilha, e o sítio onde está o farol,  é perder parte importantíssima da ilha. a sensação é de estar noutro mundo, menos glamoroso, mais real, ainda assim com uma ou outra infraestrutura de apoio ao turista e, sobretudo, com uma vista de cortar o fôlego. não tive coragem de fazer todo o percurso a pé até ao farol (demasiado estreito e íngreme para o meu gosto), pelo que fiquei a ver, literalmente, os barcos passarem e contornarem (lentamente) a Caldera.


esta nossa volta continuou pela costa, sempre junto ao mar. assinalámos Akrotiri para visita, pela sua estação arqueológica. andámos às voltas, lá conseguimos encontrar um pequeno porto, um sítio recôndito para estacionar e... nada de ruínas. ou pelo menos nós não conseguimos encontrar! ficámo-nos pela contemplação, pelo som do mar e um gelado.


antes de chegar a Oia, para assistir ao tão famigerado e desejado pôr-do-sol, ainda tivemos tempo de fazer mais paragens. uma delas, no porto de Ammouni. tínhamos esperança de ainda tomar uma banhoca (ou outra banhoca, depois da banhoca da manhã) mas o porto só tem acesso ao mar pelas rochas e, para quem pouco sabe nadar, não é propriamente seguro. valeu pelo passeio nas rochas, a caminho do spot de mergulho; pela vista, pelo azul do mar que nunca me cansa e sempre me deixa estarrecida.


não percam, para a próxima semana, a continuação desta aventura! tenho a mais profunda certeza que ficarão vidrados no pôr-do-sol! (e não digo isto por serem as minhas - nossas - fotos, mas porque é de facto inacreditavelmente bonito e especial)


 | Pyrgos Kallistis |


 | a caminho do farol |


| Akrotiri|

| porto de Ammouni |


|fotos: Carla Martins|

Sem comentários:

Enviar um comentário