tempo de (re)aprender

não tenho escrito muito por aqui. nem por aqui nem em mais quase lado nenhum. mas tenho aprendido. muito. e aprender implica dar tempo, espaço para entendermos o que nos foi, carinhosamente, passado. já aqui falei, inúmeras vezes, de aprender e do quanto isso me dá prazer. deve ser das frases que mais repito e das coisas que mais digo a toda a hora (nem que seja para mim). e curiosamente nunca me canso nem de repeti-lo, nem de fazê-lo. 
este final de Junho e o mês de Julho têm sido apressados, tempos de limpeza e muitos dias para aprender. 
sim, repito-o. porque aprender não só implica dar tempo, espaço para entendermos o que nos foi, carinhosamente, passado mas também é um momento de limpeza. um momento em que, com muito esforço e dedicação, nos limpamos de hábitos, arrancamos raízes e percebemos o que vai cá dentro. momentos em que nos distanciamos do nefasto que o dia-a-dia pode ser, das pessoas que nos atormentam o juízo e nos fazem perder a paciência e nos damos ao trabalho de perceber porque razão nos sentimos assim. é duro, causa mossa, muitas vezes dói mais do que estávamos à espera. 
é o momento em que invertemos saudavelmente os papéis e passamos para o lugar de aprendizes, nos sentamos figuradamente nos primeiros bancos de escola e nos deixamos levar pelas incertezas. aquelas incertezas tão necessárias para que não petrifiquemos, não cristalizemos, para que nos apeteça saltar até ao fim do mundo, sem nunca parar. as incertezas que nos fazem ler infinitamente e ter um carinho ainda maior pelos pedaços de tempo que se revestem com as cores do ócio. esse ócio em que reaprendermos a rebolar, sem medo do ridículo, na areia da praia e de lá saímos croquetes sorridentes. 



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